A medida acontece após a implementação da operação Eraha Tapiro, que teve início na última sexta-feira (15). Esse operativo tem como objetivo remover rebanhos das terras indígenas, de acordo com uma decisão judicial da 1º Vara de Altamira. A Funai informou que essa ação visa combater a atuação de grupos envolvidos em grilagem de terras e no desmatamento ilegal para a criação de gado.
A TI Ituna-Itatá teve seu uso restrito em 2011 para os estudos de localização de indígenas isolados no interflúvio Xingu-Bacajá. Entretanto, desde 2016, os estudos foram suspensos e os conflitos na região intensificaram-se. Segundo a Funai, a TI Ituna-Itatá foi uma das áreas indígenas mais desmatadas no Brasil entre 2011 e 2021, tendo registrado o maior índice de desmatamento em terra indígena no ano de 2019.
A equipe que atua na região tem enfrentado hostilidades por parte dos invasores, que também ameaçam a população local e danificam bens públicos para dificultar a identificação dos responsáveis pelos crimes. Além da TI Ituna-Itatá, a presença de rebanhos ilegais também foi constatada nas terras indígenas vizinhas Koatinemo, do povo Asurini, e Trincheira Bacajá, do povo Xikrin. Não foram encontrados registros desses animais nos sistemas da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), o que comprova a situação de irregularidade sanitária das criações de bovinos.
O gado retirado das terras indígenas será doado para programas sociais do estado do Pará. A operação Eraha Tapiro, que conta com a participação da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, permanecerá ativa até a total retirada do gado das terras indígenas e a desmobilização dos crimes ambientais na região.
Segundo a Funai, o termo “Eraha Tapiro” significa “levar boi” na língua Assurini do Xingu. A operação busca, portanto, remover o gado irregular das terras indígenas e combater ações ilegais que têm impactado negativamente essas áreas e suas comunidades.