O estudo analisou 996 cidades com mais de 500 mil habitantes, incluindo 32 cidades brasileiras como Manaus, Belém, Aracaju, Goiânia, Cuiabá, Uberlândia, Belo Horizonte, São Paulo, Santos, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Maceió e Fortaleza. Os pesquisadores compararam indicadores de risco em áreas como saúde pública, infraestrutura e economia, revelando os impactos que essas cidades podem sofrer sob diferentes cenários de aquecimento.
Segundo Rogier van den Berg, diretor global do WRI Ross Center for Sustainable Cities, a diferença entre 1,5°C e 3°C de aquecimento pode ter consequências de vida ou morte para bilhões de pessoas em todo o mundo. Os mais pobres serão os mais afetados, especialmente em regiões da África Subsaariana, América Latina e Sudeste Asiático.
O estudo aponta que, com um aumento de 3°C na temperatura média, a frequência e duração das ondas de calor tendem a aumentar significativamente. Isso trará impactos na saúde das populações, sobrecarregando os sistemas cardiovascular, respiratório e urinário, e agravando doenças relacionadas ao calor.
Além disso, o aumento das temperaturas favorecerá a propagação de mosquitos transmissores de doenças como dengue, febre amarela, zika e chikungunya. Em países como o Brasil, a situação da epidemia de dengue pode se agravar, levando a um aumento no número de infecções e até mesmo de mortes.
Para lidar com o calor extremo, a demanda por energia para ar-condicionado aumentará significativamente, aumentando a pressão sobre os sistemas de energia e gerando picos na emissão de gases de efeito estufa. Diante desse cenário, investir em infraestrutura verde e fontes de energia renovável torna-se essencial para garantir a adaptação das cidades ao novo contexto climático. O Brasil e outras regiões do mundo precisam agir urgentemente para minimizar os impactos das mudanças climáticas e garantir um futuro mais sustentável para as próximas gerações.