Embora os números sejam ligeiramente menores em comparação com uma pesquisa anterior realizada há um ano e meio, em março de 2022, em que 37% dos entrevistados se diziam muito inseguros e 27% um pouco inseguros, a sensação de insegurança ainda prevalece, especialmente entre as mulheres e aqueles com mais de 45 anos.
A pesquisa do Datafolha entrevistou 2.016 pessoas com mais de 16 anos em todo o país nos dias 12 e 13 de setembro, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Os resultados mostram que tanto nas ruas da cidade quanto nos próprios bairros, a insegurança é predominante. Apenas 14% dos brasileiros se sentem muito seguros caminhando pelas ruas da cidade em geral, enquanto 19% se sentem muito seguros em seus próprios bairros.
O perfil ideológico dos entrevistados também influencia sua percepção de segurança. A diferença entre as respostas daqueles que se identificam como bolsonaristas e petistas é maior do que as diferenças regionais, de renda, sexo ou cor da pele. Enquanto mais da metade (54%) dos petistas dizem sentir algum grau de segurança, 74% dos bolsonaristas declaram sentir-se muito ou um pouco inseguros.
Aspectos como renda familiar e profissão também desempenham um papel importante na percepção de segurança. Empresários e donas de casa são os grupos que mais se sentem inseguros, enquanto os assalariados sem registro em carteira de trabalho e os funcionários públicos têm percepções melhores sobre segurança.
A mesma pesquisa revelou que a preocupação com a violência aumentou em relação ao fim de 2022, tornando-se o maior problema para a população ao lado da área da saúde.
Embora estudos indiquem que a violência tem diminuído no país desde 2018, o Brasil ainda possui uma alta taxa de homicídios em comparação com outros países. Além disso, o número de estupros e casos de assédio sexual tem aumentado nos últimos anos.
Em resumo, a pesquisa do Datafolha revela que a sensação de insegurança ainda é uma realidade para a maioria dos brasileiros, influenciada pelo perfil ideológico, renda e profissão. Embora haja indícios de redução da violência, o país ainda enfrenta desafios nessa questão, o que reflete na preocupação da população.