De acordo com o Ibama, foram emitidos dois autos de infração em nome da empresa Rumo, responsável pela linha férrea: um no valor de R$ 50 milhões, por danos à cobertura vegetal, e outro no valor de R$ 7,5 milhões, por descumprir uma condicionante do licenciamento ambiental. Além disso, uma empresa terceirizada, a Trill Construtora, também foi autuada e recebeu uma multa de R$ 50 milhões.
O incêndio, que começou em 16 de agosto e só foi controlado sete dias depois, atingiu 12 propriedades rurais e danificou não apenas gramíneas, mas também árvores típicas do Pantanal, como o ipê-amarelo e o paratudo. Segundo o Ibama, as condições climáticas críticas, como baixa umidade, alta temperatura e ventos fortes, favoreceram a propagação das chamas.
Os trabalhadores envolvidos na manutenção da ferrovia relataram que faíscas geradas durante o uso de uma serra elétrica entraram em contato com a vegetação seca ao redor dos trilhos, dando início ao incêndio. Mesmo tentando controlar as chamas, acabaram perdendo o controle e o fogo se alastrou.
Procurada pela imprensa, a empresa Rumo afirmou que está investigando as causas do incidente e se comprometeu em cooperar com as autoridades competentes. A temporada de incêndios florestais no Pantanal tem sido intensa desde junho, com registros de milhares de focos em agosto, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O Ibama informou que está realizando uma investigação para apurar as medidas emergenciais adotadas pelas empresas autuadas e que a Rumo deverá apresentar um plano de recuperação dos danos causados pelo fogo. A colaboração da jornalista Luana Lisboa foi fundamental na elaboração desta reportagem.