Carlos Nobre, meteorologista e climatologista com ampla experiência em estudos sobre mudanças climáticas, destaca que, embora os incêndios florestais sejam esperados no final de agosto em São Paulo devido ao período de seca, o aumento significativo desses eventos nos últimos dias chama a atenção. Segundo ele, o número de incêndios neste ano foi sete vezes maior do que no mesmo período do ano passado, o que levanta suspeitas sobre a origem criminosa dessas queimadas.
Em São Paulo, dois homens foram presos sob a suspeita de espalhar gasolina em áreas florestais para iniciar incêndios, um deles alegando ter recebido ordens de uma facção criminosa conhecida como Primeiro Comando Capital (PCC). Carlos Nobre expressa preocupação quanto à possibilidade de o crime organizado estar por trás dos incêndios no Pantanal, na Amazônia e no Cerrado, destacando a complexidade e o desafio que representaria para as autoridades lidar com essa situação.
O cientista ressalta a importância de investigar a fundo o papel do crime organizado nessas queimadas e alerta para a necessidade de aprimorar as ações de monitoramento e prevenção. Ele destaca a dificuldade em detectar incêndios florestais de maneira precoce, o que facilita a ação criminosa e pode resultar em danos irreparáveis aos ecossistemas atingidos.
Diante desse cenário preocupante, a atenção das autoridades e da sociedade civil se volta para a proteção das áreas naturais afetadas e para a identificação dos responsáveis pelos incêndios criminosos. A atuação conjunta entre as instituições governamentais, as forças de segurança e os órgãos de proteção ambiental se mostra fundamental para combater essas práticas ilegais e preservar o patrimônio ambiental do país.