O mais preocupante é que os documentos não deixam claro quais eram os critérios para esse monitoramento e qual era a finalidade de coletar essas informações. Segundo o Núcleo Jornalismo, que investigou o caso, a licitação que contratou a empresa Supernova, responsável pelo monitoramento, afirmava que o serviço ajudaria na tomada de decisões políticas e estratégicas, além de poder ser utilizado pelo setor de inteligência do ministério.
Diante das polêmicas, a Defesa se pronunciou alegando que os critérios de análise foram definidos pela empresa contratada e que os arquivos não refletem o posicionamento oficial da pasta. A sócia da Supernova, Leila Alcaires, contradiz essa afirmação e diz que os documentos seguiam as diretrizes estabelecidas pelo ministério.
O serviço de monitoramento foi renovado ao menos uma vez, com um custo anual de R$ 47 mil. Surpreendentemente, a empresária Leila Alcaires declarou que não obteve lucro com o trabalho, chegando ao ponto de afirmar que “pagou para trabalhar”.
Esse escândalo levanta questões sérias sobre a liberdade de expressão, a privacidade e o uso indevido de informações sensíveis por parte de órgãos do governo. As explicações dadas até agora parecem insuficientes para dissipar as dúvidas e preocupações da sociedade em relação a esse tipo de prática. O caso deve ser investigado com rigor para a garantia da transparência e da democracia.