O estudo intitulado “Meios sem Violência: a urgência de políticas de abordagem e prevenção” foi conduzido pela Asociación Civil Comunicación para la Igualdad de Argentina, com o suporte da Federação de Jornalistas da América Latina e do Caribe (FEPALC) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Foram registrados 96 casos de violência de gênero, sendo que o constrangimento psicológico e verbal foi a forma mais comum, correspondendo a 65,5% dos relatos.
As situações de violência ocorreram principalmente nas redações e estúdios dos veículos de comunicação, mas também foram relatadas agressões nas redes sociais, e-mails, assim como em coberturas externas ou viagens de trabalho. O estudo traça dois perfis de agressores, identificando aqueles “offline”, atuando em cargos de liderança nas empresas, e os agressores “online”, como dirigentes governamentais e políticos.
É alarmante que a maioria desses agressores não tenha sofrido punição pelos atos cometidos. A pesquisa revelou a falta de protocolos eficazes nas redações para lidar com a violência de gênero, indicando a necessidade urgente de implementação de medidas que possam prevenir e combater essas práticas nocivas no ambiente jornalístico.
Diante desse cenário preocupante, organizações como a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) têm se destacado por promover a equidade de gênero e raça por meio de comitês e programas específicos. A pesquisa ressalta a importância de se criar um ambiente seguro e inclusivo nas redações, onde jornalistas possam exercer seu trabalho sem o medo de serem vítimas de violência de gênero. A proposta de um modelo de protocolo para prevenção e combate à violência no trabalho jornalístico é um passo crucial para promover ambientes de trabalho saudáveis e seguros para todos os profissionais.