A AP analisou cerca de 24 mil imagens de folhas de contagem, representando os resultados de 79% das máquinas de votação. A decodificação dos QR codes presentes nas folhas permitiu tabular um total de 10,26 milhões de votos. Os resultados mostraram que o candidato da oposição, Edmundo González, teria recebido 6,89 milhões de votos, quase meio milhão a mais do que Maduro.
Por sua vez, as tabulações indicaram que Maduro teria recebido 3,13 milhões de votos, número inferior ao divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral do governo. O atraso na atualização dos resultados foi atribuído a supostos ataques à infraestrutura tecnológica. No entanto, a autenticidade das folhas de apuração fornecidas pela oposição não pôde ser verificada de forma independente.
A oposição chegou a disponibilizar online as cópias digitalizadas dos boletins de apuração, mas enfrentou críticas e ameaças. A invasão da sede da oposição por mascarados intensificou a violência, com roubo de documentos e equipamentos. O governo dos Estados Unidos se posicionou em apoio à oposição, reconhecendo González como vencedor e desacreditando os resultados oficiais do Conselho Nacional Eleitoral.
A tensão política na Venezuela se intensifica diante das acusações mútuas entre governo e oposição. Enquanto Maduro acusa a oposição de planejar ataques, esta busca apoio internacional para validar os resultados eleitorais. O país, que enfrenta uma grave crise econômica e social, tenta encontrar uma saída democrática para a situação política conturbada. A pressão internacional e a mobilização popular continuam a marcar o cenário político venezuelano, com desdobramentos imprevisíveis.