Durante o período de julho de 2022 a junho de 2023, uma das líderes do grupo realizou mais de 3,5 mil transações bancárias, totalizando quase R$ 5,9 milhões – um valor que estava muito acima de sua renda declarada. Os registros fiscais da mulher indicavam gastos elevados com cartão de crédito, serviços de salão de beleza e viagens, levantando suspeitas sobre a origem do dinheiro movimentado.
A operação que resultou na denúncia dos acusados foi denominada de Operação Anonymous e foi deflagrada no final de junho. Como resultado das investigações, parte do grupo foi presa preventivamente. Descobriu-se que a organização tinha aberto um total de 124 contas em três anos, conseguindo contratar mais de R$ 5,1 milhões em operações financeiras, como empréstimos consignados e antecipações de saque do FGTS na Caixa Econômica Federal.
As vítimas preferenciais do esquema eram idosos e pessoas vulneráveis, cujos benefícios previdenciários foram desviados para viabilizar os empréstimos fraudulentos. A organização criminosa era dividida em três núcleos, sendo que quatro coordenavam o esquema, sete eram responsáveis pela abertura das contas fraudulentas e contratação dos empréstimos, e nove integrantes atuavam como intermediários para a movimentação do dinheiro ilícito.
Diante das evidências encontradas, o MPF ofereceu seis denúncias contra o grupo, que deverá responder por organização criminosa e estelionato. A cadeia de ações ilegais se completava com a utilização de contas bancárias para a passagem do dinheiro até chegar aos líderes da organização, que também se utilizavam de estabelecimentos comerciais para a lavagem do dinheiro obtido de forma ilícita. A Justiça Federal em São Paulo deve analisar o caso e dar seguimento ao processo legal para responsabilizar os envolvidos pelos crimes cometidos.