O que chama a atenção é a estratégia utilizada por Maduro, que é comum em governos autocráticos, de deslegitimar o processo eleitoral antes mesmo de seu desfecho, como forma de justificar um eventual revés. Essa tática tem sido cada vez mais recorrente na América Latina e o Brasil busca se posicionar de forma a neutralizar qualquer avanço ditatorial na região.
Além da presença de Amorim na Venezuela, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também irá enviar dois servidores com conhecimento técnico para atuarem como observadores das eleições. Essa prática é comum no cenário internacional, porém, na Venezuela, a presença de observadores estrangeiros não é bem-vinda pelas autoridades locais.
Os relatórios produzidos pelos técnicos a partir de suas observações têm grande importância para avaliar a confiabilidade do processo eleitoral. Organismos como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e diversos institutos que fiscalizam a transparência eleitoral na América Latina costumam desempenhar esse papel.
Caso haja qualquer indício de irregularidade, essas instituições não possuem o poder de deslegitimar as eleições de um país. No entanto, acusações de fraudes podem gerar repercussões negativas perante a comunidade internacional, levando o país a ser pressionado e até mesmo a sofrer um isolamento político.
Diante desse cenário, a coluna procurou ministros do TSE para comentar as declarações de Maduro, porém, a resposta foi uníssona: no momento, a melhor decisão é manter o silêncio. A situação política na América Latina segue sendo acompanhada com atenção, em meio aos desafios democráticos que alguns países da região enfrentam.