Além disso, questões como educação sexual, igualdade de gênero e aborto também têm gerado divergências entre os fiéis, demonstrando uma certa simpatia por pautas progressistas em alguns pontos. No entanto, quando se trata de assuntos como casamento homoafetivo e aborto, a rigidez ideológica se torna mais evidente, havendo um alinhamento maior com ideias conservadoras.
A pesquisa entrevistou 613 paulistanos que se identificam como evangélicos, revelando que 68% deles são contra a descriminalização do aborto, mas apenas 30% concordariam em processar e encarcerar mulheres que interromperam uma gravidez. A maioria (48%) defende a preservação do status legal atual do aborto, enquanto uma parcela menor (17%) é a favor de ampliar o acesso ao procedimento em mais situações.
No que diz respeito ao casamento homoafetivo, 26% dos evangélicos são a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo, enquanto 57% são contrários. A adoção por casais gays recebe uma aceitação menor, com 43% aprovando e 42% sendo contrários.
A questão das armas, tão presente no discurso bolsonarista, não encontra grande apoio entre os crentes de São Paulo, com apenas 28% concordando com a posse de armas para autodefesa. Já o ‘homeschooling’, proposto pelo governo atual, é rejeitado por 81% dos evangélicos, que enxergam na escola uma importante rede de apoio para as comunidades, especialmente as periféricas.
Os resultados da pesquisa revelam uma complexidade de posicionamentos dentro da comunidade evangélica paulistana, com uma clara divisão entre ideias progressistas e conservadoras, refletindo a diversidade de pensamentos e crenças presentes nesse grupo religioso.