Apesar do término das oitivas, ainda não foi estabelecida uma data para o julgamento definitivo do caso. A série de depoimentos dos réus teve início no dia 21 deste mês, após a tomada de depoimentos das testemunhas arroladas pelas defesas dos acusados e pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em setembro.
No encerramento dos depoimentos, o major da Polícia Militar Ronald Alves de Paula afirmou não ter realizado qualquer monitoramento da rotina de Marielle Franco antes do trágico acontecimento. Atualmente detido no presídio federal de Brasília, Ronald negou conhecer a vereadora ou ter participação no crime, declarando sua inocência perante as acusações que recaem sobre ele.
Além de Ronald, os réus no processo incluem o deputado federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e Robson Calixto, ex-assessor de Domingos. Todos são acusados de homicídio e organização criminosa, estando detidos por determinação de Alexandre de Moraes.
Durante os interrogatórios realizados na fase de instrução, os irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa negaram envolvimento no assassinato, enquanto as investigações da Polícia Federal apontam que o crime está relacionado à oposição da vereadora aos interesses políticos do grupo liderado pelos irmãos Brazão. Ronnie Lessa, réu confesso dos disparos contra Marielle, apontou os irmãos Brazão como mandantes do crime.
Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusado de dirigir o veículo usado no crime, enfrentam um júri popular nesta quarta-feira (30) pelo assassinato de Marielle e Anderson. O Ministério Público do Rio solicitou uma pena de 84 anos de prisão para os acusados. O desfecho desse caso tão emblemático para a Justiça brasileira aguarda agora o veredicto do Tribunal do Júri da Comarca do Rio de Janeiro.