No entanto, o cenário para o segundo turno, marcado para o dia 24 de novembro, permanece indefinido. Isso ocorre porque a soma dos votos dos partidos de direita e centro-direita ultrapassa a votação da Frente Ampla. O cientista político Leandro Gabiati avalia que esses partidos devem se unir para apoiar a candidatura do Partido Nacional, o que pode ser um obstáculo para a Frente Ampla.
Segundo especialistas como Bruno Lima Rocha Beaklini, o segundo turno promete ser acirrado, com chances reais de vitória para os partidos de direita. Gustavo Salle, do partido Identidade Soberana, tornou-se uma peça-chave nesse cenário ao conquistar 2,69% dos votos, à frente do candidato de extrema-direita, Guido Manini Ríos.
Além da disputa pela presidência, a população uruguaia também se manifestou em relação a dois plebiscitos. Um deles propunha uma reforma na previdência social, limitando a idade de aposentadoria e fixando o valor mínimo das aposentadorias. O outro plebiscito buscava autorizar batidas policiais noturnas, alterando a Constituição nesse sentido. Ambas as propostas não alcançaram a maioria necessária para serem aprovadas.
As relações entre o Uruguai e o Brasil também foram abordadas pelos especialistas. Apesar das diferenças ideológicas entre os candidatos e governantes dos dois países, a interação diplomática tem sido positiva. A possibilidade de vitória da coalizão de centro-esquerda traz expectativas de fortalecimento da integração latino-americana e do Mercosul, enquanto a vitória da direita pode interferir nesse cenário. A decisão final ficará para o segundo turno, que promete ser decisivo para o futuro político do Uruguai.