Em maio deste ano, Carla Zambelli e Delgatti foram transformados em réus após a Primeira Turma do STF acatar, por unanimidade, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que alega que a deputada seria a autora intelectual da invasão com o objetivo de emitir um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Delgatti, por sua vez, confessou ser o hacker responsável pela invasão.
Durante o depoimento, Zambelli se defendeu das acusações afirmando que o suposto mandado falso seria mais uma brincadeira do que uma ação séria. Além disso, a deputada ressaltou que já enfrenta processos no STF por outros motivos e não teria motivos para se envolver em uma situação como essa. Quando questionada sobre como o mandado falso foi encontrado pela perícia em seu celular, Zambelli alegou não se lembrar de tê-lo recebido e sugeriu que poderia ter sido uma invasão de seu aparelho.
Por outro lado, Walter Delgatti também prestou depoimento e reafirmou as acusações contra a deputada, declarando que a invasão teria sido solicitada por ela. O hacker ainda relatou um encontro no Palácio da Alvorada com o ex-presidente Jair Bolsonaro, no qual teria sido pedido para que ele assumisse a autoria de um suposto grampo no celular do ministro Alexandre de Moraes. Delgatti, por conta das revelações envolvendo Bolsonaro, foi processado e condenado a dez meses de prisão por crime de injúria.
Conhecido como hacker de Araraquara, Delgatti também já enfrenta condenações decorrentes da Operação Spoofing, que investigou a invasão aos celulares de autoridades, incluindo procuradores e juízes da Lava Jato. Diante de todo o cenário, as acusações e defesas serão avaliadas pelas autoridades competentes para a devida conclusão do caso.