Cássio foi informado sobre o incêndio por uma ligação durante a madrugada. Ele havia deixado a casa em novembro de 2023, devido ao risco iminente de colapso de uma das minas da petroquímica. A mina em questão, a mina 18, desabou no meio de dezembro, tornando-se um dos maiores desastres ambientais em área urbana do país.
Desde os primeiros tremores em 2018, cerca de 40 mil pessoas dos cinco bairros afetados tiveram que ser relocados. Cássio, que estima um prejuízo de R$ 6 milhões devido ao incêndio em sua casa, tem recusado propostas da Braskem, alegando que os valores oferecidos pela empresa são irrisórios para a compra de um imóvel semelhante. Ele espera chegar a um acordo justo para seguir com sua vida.
O coordenador do MUVB acredita que o incêndio foi criminoso, apontando indícios que sugerem tal hipótese. O Corpo de Bombeiros de Alagoas confirmou a ocorrência do incêndio de médias proporções, no primeiro andar da residência, que continha materiais inflamáveis como livros. Apesar do reinício do fogo na manhã seguinte, as equipes conseguiram controlar a situação.
Cássio planeja registrar um boletim de ocorrência e entrar com uma ação judicial contra a Braskem, alegando que a empresa não cumpriu o dever de guarda da residência evacuada. A Polícia Civil de Alagoas aguarda o registro do boletim para iniciar as investigações. Em nota, a Braskem afirmou que os Bombeiros poderão fornecer informações técnicas sobre as possíveis causas do incêndio.
Apesar da oferta de suporte financeiro e auxílios da Braskem por meio do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, Cássio não aceitou os benefícios oferecidos pela empresa. O coordenador do MUVB segue em busca de um acordo justo e aguarda o desenrolar das investigações sobre o incêndio em sua residência.