Isabela de Souza Lima Campos, chefe do Serviço de Pesquisa e Análise do DataSenado, apontou que a percepção da população pode estar relacionada à conscientização ambiental, mobilização de grupos sociais e ao consumo de notícias. A cobertura midiática sobre os incêndios, especialmente em áreas de desmatamento e conflitos agrários, pode contribuir para essa visão. Além disso, a crescente preocupação com questões ambientais e a participação ativa de organizações da sociedade civil também influenciam na interpretação dos cidadãos.
A pesquisa ouviu 1.220 cidadãos de todo o Brasil por telefone, e a margem de erro foi de 1,7 ponto percentual. Um dado alarmante revelado foi que 97% dos entrevistados consideraram os incêndios das últimas semanas como “muito graves”. Além disso, 15% dos brasileiros afirmaram ter tido problemas de saúde nos últimos 30 dias devido à fumaça gerada pelas queimadas.
Os incêndios florestais liberam poluentes no ar, como partículas finas e gases tóxicos, que podem agravar problemas respiratórios, principalmente em pessoas com condições preexistentes. Os meses de agosto e setembro registraram a maior quantidade de focos de incêndio dos últimos 14 anos, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Diante desse cenário alarmante, a senadora Leila Barros ressaltou a urgência de ações do Legislativo para combater os incêndios e proteger o meio ambiente. Ela enfatizou a importância de colocar o tema em destaque na agenda legislativa e promover políticas públicas que visem à prevenção dos incêndios e à responsabilização de ações ilícitas.
No mês de setembro, os senadores apresentaram sete projetos na CMA para combater os incêndios. Algumas propostas visam a aumentar as penas para quem cometer crimes ambientais relacionados às queimadas, com o intuito de desestimular tais práticas desastrosas para o meio ambiente e a sociedade. A preocupação com os incêndios vai além da questão ambiental, pois afeta diretamente a saúde das pessoas e a economia nacional.