Para Camilo Santana, responsável pela pasta do MEC, a criação de cotas para pessoas transgênero e outros grupos LGBTQIA+ é uma ferramenta importante e que deve ser amplamente explorada. No entanto, ele ressalta a importância de embasar qualquer política afirmativa em estudos para garantir não apenas o ingresso dos beneficiados na educação superior, mas também a permanência deles nos cursos e o acesso ao mercado de trabalho após a conclusão.
Além disso, as universidades que adotaram o sistema de cotas específicas para pessoas trans e travestis estão criando grupos de trabalho para avaliar os impactos a longo prazo dessa iniciativa. A justificativa para a implementação das cotas para essa população se baseia em dados preocupantes sobre a realidade dessas pessoas no Brasil, como o baixo índice de conclusão do ensino médio e a alta representatividade no mercado da prostituição.
Diante do contexto de violência sistemática enfrentada por pessoas trans e travestis, a inclusão da comunidade trans nas universidades é vista como um importante passo para a transformação social. No entanto, a luta por garantir um ambiente de acolhimento, segurança e proteção nas instituições de ensino ainda persiste.
Enquanto as universidades federais têm avançado na criação de cotas, as estaduais demonstram maior lentidão nesse processo. No entanto, a pressão estudantil e ações judiciais têm contribuído para a continuidade e expansão dessa política inclusiva. A proposta de reserva de vagas para trans e travestis nas universidades federais também está em discussão no Congresso Nacional, aguardando designação de relator na Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial.