O vice-presidente da Abecs, Ricardo Vieira, ressaltou a importância de eliminar o superendividamento, fechando o acesso do Pix a operações de crédito para pagamento de jogos. A diretoria da Abecs realizará uma reunião para discutir esse assunto, juntamente com outros temas em pauta.
O governo já determinou que a proibição do uso de cartões de crédito para apostas esportivas entrará em vigor em janeiro do próximo ano. No entanto, bancos e associações que representam empresas de apostas estão considerando antecipar essa medida. O setor de cartões tem acompanhado de perto a evolução do mercado de apostas desde a regulamentação feita pelo governo federal no ano passado.
Ricardo Vieira destacou a preocupação do setor com o possível aperto na renda das famílias, devido ao envolvimento com atividades de apostas. Segundo ele, a renda disponível não é alta e destinar recursos para apostas pode gerar insegurança financeira. Um grupo de emissores de cartão deve ser criado para discutir o impacto das apostas no endividamento.
Recentemente, o Banco Central divulgou um estudo que apontou que os brasileiros apostam em média R$ 20 bilhões por mês, envolvendo cerca de 24 milhões de pessoas. O BC também identificou que 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões às casas de apostas via Pix, com um gasto médio de R$ 100 por pessoa. O regulador afirmou que precisa de mais dados e tempo para avaliar as implicações dessas atividades na economia e no bem-estar financeiro da população.