Em São Paulo, uma candidata à Câmara Municipal teve seu carro atingido por 11 tiros, embora não estivesse presente no momento do ataque. Mesmo assim, a candidata passou mal e precisou ser levada ao hospital para receber atendimento médico. Já em Sumaré, interior de São Paulo, dois homens dispararam contra o coordenador da campanha de um candidato a prefeito, reforçando a sensação de insegurança que tem pairado sobre o processo eleitoral.
A série de incidentes violentos que têm ocorrido recentemente sinalizam um aumento significativo em comparação às eleições anteriores. De acordo com a pesquisa “Violência Política e Eleitoral no Brasil”, realizada pelas organizações Terra de Direitos e Justiça Global, o aumento dos casos de violência em 2024 é alarmante, ultrapassando em 130% os registros de 2020.
Os dados apontam que, diariamente, são registrados 1,5 casos de violência política no país, uma realidade muito mais intensa do que a observada nas eleições passadas. A coordenadora da Terra de Direitos, Gisele Barbieri, ressaltou a preocupação com a naturalização da violência política e a desproporcionalidade dos impactos nas mulheres e em partidos de diferentes espectros políticos.
Com o primeiro turno das eleições se aproximando, é importante manter a atenção sobre a violência política que tem marcado esse processo eleitoral. Os dados atualizados após a conclusão das eleições devem refletir um panorama ainda mais severo em relação à violência eleitoral no país. Com um histórico de 1.168 casos de violência política registrados de 2016 a 2024, é fundamental analisar de perto os impactos desse cenário na democracia brasileira e na segurança dos candidatos em disputa.