Segundo as informações coletadas, a taxa de alfabetização da população geral do Brasil aumentou de 90,38% para 93% no período analisado, enquanto a população indígena viu seu índice de alfabetização evoluir de 76,6% para 84,95% no mesmo intervalo de tempo.
Esses números indicam um avanço de oito pontos percentuais na alfabetização dos indígenas, em contraste com um acréscimo inferior a três pontos na população em geral, revelando o sucesso relativo das políticas educacionais direcionadas a esse grupo específico. No entanto, a disparidade inicial entre a população geral e a população indígena ainda é considerável.
O índice de analfabetismo entre os indígenas, que é de 15,05%, é mais do que o dobro dos 7% observados na população total do país em 2022, refletindo os desafios associados à desigualdade histórica na garantia dos direitos básicos dos povos originários, de acordo com a pesquisadora Marta Antunes, responsável pelo projeto técnico de povos e comunidades tradicionais do IBGE.
Além disso, quando se analisa a população que reside em terras indígenas especificamente, a taxa de analfabetismo registrada no Censo 2022 é ainda mais elevada, atingindo 20,8%. No entanto, esse número representa uma queda de 11,5 pontos percentuais em comparação com o índice de 32,3% registrado em 2010.
Para obter esses resultados, o IBGE entrevistou quase 1,7 milhão de pessoas indígenas em mais de 4,8 mil municípios com incidência dessa população. Houve melhorias nas taxas de alfabetização em mais da metade dos municípios onde os indígenas foram entrevistados, porém em cerca de um quinto dessas cidades o índice de alfabetização dos indígenas ainda ficou mais de 10 pontos percentuais abaixo da população geral residente.
Os dados revelados nesse estudo destacam a importância de políticas públicas focadas na educação e inclusão dos povos indígenas no Brasil, visando assim reduzir as disparidades existentes e promover a igualdade de oportunidades para todos os cidadãos.