Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença, destaca que a falta de confiança dos investidores no governo, devido à situação fiscal e à inflação elevada, aliada à questão dos juros, acaba limitando as expectativas em relação ao mercado brasileiro.
Nos Estados Unidos, o destaque do dia foi a divulgação do relatório de emprego, mostrando a criação de 254 mil empregos em setembro, superando as expectativas do mercado. Com esse bom resultado, a taxa de desemprego caiu para 4,1% e o salário médio teve aumento acima do esperado.
Analistas como Bruno Takeo, da Potenza Capital, e Rodrigo Ashikawa, da Principal Claritas, avaliam que esse forte desempenho do mercado de trabalho nos EUA pode influenciar as decisões do Federal Reserve em relação aos cortes de juros.
Além disso, o preço do petróleo voltou a subir no mercado internacional pelo quarto dia consecutivo, com um aumento de cerca de 0,80%, após o temor de que conflitos no Oriente Médio possam afetar a oferta da commodity.
Entretanto, as ações da Petrobras e da Vale apresentaram viés de baixa, com a Vale ainda sem referência do minério de ferro devido ao feriado na China. A Petrobras, que teve uma alta em torno de 1,00% no dia anterior, não foi suficiente para evitar a queda do Ibovespa, que encerrou a sessão em baixa de 1,38%.
O noticiário corporativo também teve destaque, com a Vale informando sobre a segurança de duas barragens em Minas Gerais, e a Petrobras anunciando potencial de gás em descobertas na Colômbia.
Mesmo com o cenário esvaziado no Brasil, as preocupações fiscais continuam elevadas. Para os analistas, o Ibovespa opera em uma dinâmica única, com as questões fiscais sempre como pano de fundo.
No período da tarde, será divulgado o resultado da balança comercial brasileira de setembro. Enquanto isso, o Ibovespa opera em leve oscilação, mantendo o mercado local em atenção.