Esse foco na questão ambiental nas políticas locais e regionais na Europa não é uma novidade. Desde 2008, representantes de 370 cidades lançaram o Pacto de Prefeitos, comprometendo-se a buscar a redução de emissões de gases de efeito estufa e outras medidas para combater o aquecimento global. Atualmente, mais de 11 mil cidades participam da iniciativa, demonstrando a importância dada ao tema ao longo dos anos.
Entre os projetos comuns nos municípios europeus estão iniciativas para incentivar o uso de transportes públicos e bicicletas, programas para adotar fontes de energias renováveis e a criação de espaços verdes. Grandes cidades como Roma, Londres e Paris já adotaram restrições à circulação de veículos movidos a combustíveis fósseis em algumas regiões para reduzir emissões e melhorar a qualidade do ar.
No entanto, o descontentamento com essas medidas já é visível em algumas cidades. Mesmo com os benefícios evidentes, como a melhora da qualidade do ar e a redução das emissões, algumas restrições são contestadas e vistas como excludentes para parte da população, que não teria condições de substituir seus veículos a combustão por elétricos.
Na Europa, os líderes municipais estão cientes das possíveis reações negativas locais contra suas medidas climáticas, mesmo que a maioria considere que seus eleitores apoiam as metas ambiciosas nesse sentido. A questão do financiamento ainda é citada como uma dificuldade pelos políticos locais, que apontam que as políticas europeias muitas vezes não estão alinhadas com as necessidades financeiras municipais.
No Brasil, a questão ambiental não tem tido protagonismo no atual pleito municipal. Uma análise nas principais capitais indicou que os candidatos a prefeito não têm colocado o clima como prioridade em suas propostas de governo. Propostas ambientais genéricas e pouca profundidade técnica foram identificadas nos documentos enviados ao TSE pelas candidaturas. A falta de destaque para o tema também é observada entre os candidatos a vereador.