No século 20, Carl Sagan foi uma das figuras mais proeminentes na divulgação do conhecimento científico, em um cenário onde as editoras e a imprensa eram os principais meios de comunicação para o público leigo. No entanto, o advento da internet nos últimos anos ampliou significativamente tanto as oportunidades de contato entre cientistas e a sociedade quanto os riscos de disseminação de conteúdos enganosos.
Um episódio recente destacou os desafios enfrentados nesta era digital. A conta em rede social NuncaVi1Cientista, de Ana Bonassa e Laura Marise, foi condenada em primeira instância a pagar indenização por dano moral e multa após desmentir informações falsas sobre diabetes e vermes. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal anulou a condenação, reconhecendo a fundamentação científica das publicações do canal e a necessidade de combate à desinformação.
Este caso suscita reflexões sobre ética e responsabilidade no ambiente informacional contemporâneo, reiterando a importância da educação midiática para um consumo e produção de conteúdo mais consciente e crítico. Questões como a identificação de influenciadores confiáveis, a liberdade de expressão, a viralização de conteúdos simplistas e a manipulação de emoções através da desinformação merecem atenção e análise sob a perspectiva da educação midiática.
O legado de Carl Sagan permanece atual, ressaltando a necessidade urgente de promover a ciência e a educação como ferramentas essenciais para enfrentar os desafios impostos pela disseminação de informações falsas e mistificadoras. A vigilância constante e a busca por fontes confiáveis são fundamentais para evitar que a desinformação prevaleça em detrimento do conhecimento científico.