A maioria dos itens danificados provém do Museu Professor Gustavo Koetz, localizado em Igrejinha, região metropolitana de Porto Alegre. Mais de 150 cadernos com partituras do século XIX e livros foram levados para o laboratório da UFSC, após o museu ter sido inundado com 1,7 metro de água devido à enchente no rio Paranhana. A biblioteca municipal que funcionava no local teve 20 mil livros atingidos de um total de 26 mil.
Além disso, os especialistas da UFSC, sob a coordenação do professor Cezar Karpinski, também estão trabalhando na tentativa de restaurar cerca de 50 livros raros da biblioteca pública de Camaquã, no sul do estado. O congelamento dos materiais tem como objetivo evitar a proliferação de fungos em papéis expostos à água contaminada por material orgânico, como é o caso das enchentes e alagamentos.
A estratégia de congelamento permite ganhar tempo para a restauração dos documentos e já foi utilizada com sucesso em obras do acervo técnico do Margs e do Museu Estadual do Carvão. Os livros e cadernos ficarão armazenados em freezers durante os trabalhos no laboratório, que incluem descongelamento, secagem, higienização, restauração e acondicionamento. Os trabalhos devem começar no sábado (5), com a realização de testes químicos e biológicos em duas obras selecionadas.
A colaboração da UFSC e do Arquivo Nacional também foi fundamental para auxiliar nas estratégias de conservação imediata de acervos durante as cheias no Rio Grande do Sul. Estima-se que pelo menos 100 mil livros tenham sido atingidos pelas enchentes, causando danos significativos ao patrimônio cultural gaúcho, incluindo bibliotecas, museus e diversas instituições culturais.