Investigação revela milícia ligada ao PCC em Guarujá que ordenava execução de policiais; líder morre em ataque armado. Operação desarticulará grupo.

Uma investigação minuciosa realizada pela Polícia Civil e Ministério Público revelou o envolvimento de uma organização criminosa em atividade na cidade de Guarujá, no litoral de São Paulo. Essa organização é suspeita de estar por trás da ordem de assassinatos de policiais tanto da ativa quanto da reserva, o que gerou grande comoção na região.

O grupo, que mantinha laços estreitos com o Primeiro Comando da Capital (PCC), tinha como objetivo instalar uma milícia na região para fornecer serviços de segurança aos comerciantes locais mediante pagamentos mensais. Através de ameaças e ataques a estabelecimentos comerciais, os suspeitos coagiam os donos a desistirem de contratar seguranças particulares, muitas vezes policiais aposentados, e a optarem pelos serviços oferecidos pela organização criminosa.

Em 2022, o líder da quadrilha, que ocupava uma posição de destaque no PCC, viajou ao Rio de Janeiro em busca de informações para implementar a milícia em bairros de Guarujá. Ao retornar, o grupo passou a atuar com seguranças contratados, monopolizando a segurança dos comércios na cidade da Baixada Santista. Isso resultou em uma onda de homicídios contra policiais e agentes de segurança que já atuavam como seguranças particulares nos estabelecimentos.

Durante as investigações, a polícia descobriu que a quadrilha esteve envolvida na morte de pelo menos quatro policiais no Guarujá em 2023. Além disso, há suspeitas de que o líder da organização criminosa tenha feito um acordo com políticos locais para conter a violência na região, resultando em participação em licitações fraudulentas na Câmara de Vereadores e Prefeitura de Guarujá.

A morte do líder da milícia em março deste ano, vítima de um ataque a tiros na cidade litorânea, gerou um impacto significativo. Em resposta a essa situação, as forças de segurança deflagraram a Operação Hereditas, com o objetivo de desarticular as ramificações da milícia. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em diversas cidades da Baixada Santista e da capital paulista, como Guarujá, Cubatão, Praia Grande, Santos, São Vicente e São Paulo.

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