Além dos instrumentos, os modos de fazer esses instrumentos musicais também foram reconhecidos como práticas e tradições culturais. Entre os nove instrumentos reconhecidos estão também o surdo, o rebolo, a frigideira, a timba e o repique de mão, que são conhecidos nas rodas e escolas de samba em todo o país.
A importância desse reconhecimento não passa despercebida pelos mestres e mestras de percussão que dedicam suas vidas ao samba. Jackie Cunha, percussionista paulista, destaca a riqueza sonora e de detalhes que esses instrumentos trazem para a música, enquanto o percussionista Glauber Marques, descendente de uma família de cuiqueiros, destaca a importância da cuíca como uma peça fundamental na batucada e na alma do samba.
Outra figura importante nesse cenário é Rafa, mestra de bateria da escola de samba Imperatriz da Pauliceia, que se tornou a primeira mulher a comandar uma bateria de escola de samba em São Paulo. Para ela, os instrumentos musicais são essenciais para dar corpo e alma ao samba, seja em uma roda de samba ou durante o desfile de carnaval.
Essa oficialização dos instrumentos do samba como manifestações da cultura nacional representa um passo importante para preservar e valorizar essa rica tradição musical brasileira, enraizada em ritmos e sonoridades únicas que encantam pessoas de todas as idades e regiões do país.