O advogado de defesa de Orelha, Felipe Souza, anunciou que irá recorrer da decisão, alegando que a sentença foi baseada apenas na delação de Élcio e que a pena foi exagerada, uma vez que seu cliente é réu primário. O juiz Renan Ongaratto, da 37ª Vara Criminal, ressaltou em sua decisão que a destruição do veículo dificultou as investigações, prejudicando a confiança da população nas instituições responsáveis pela aplicação da lei e pela manutenção da ordem pública.
De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especializada contra o Crime Organizado), Orelha teria obstruído e prejudicado as investigações ao desmanchar o carro em um local conhecido como morro da Pedreira, na zona norte do Rio de Janeiro. Além disso, o suspeito é apontado como conhecido de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, os supostos executores do crime contra Marielle Franco.
A Polícia Federal alega que a morte da vereadora teria sido encomendada pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, presos desde março deste ano. Segundo a Procuradoria-Geral da República, os irmãos teriam motivações políticas para o crime, devido às discordâncias com o partido PSOL, do qual Marielle fazia parte.
Além disso, o delegado Rivaldo Barbosa, que era chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro na época do crime, também é acusado de envolvimento no planejamento do assassinato. A PGR alega que ele teria fornecido orientações para a execução do crime com o intuito de dificultar sua resolução. Rivaldo Barbosa nega as acusações.
A condenação de Orelha representa mais um capítulo na investigação do brutal assassinato de Marielle Franco e continua a trazer à tona os detalhes complexos e sombrios desse crime hediondo.