O indicador é um reflexo da incerteza econômica, considerando dois elementos: mídia e expectativa. O componente mídia analisa as menções à incerteza em jornais e sites de notícia, enquanto o componente de expectativa leva em conta as previsões de analistas econômicos sobre taxa de câmbio, juros e inflação.
Em setembro, o fator mídia registrou queda de 0,1 ponto, enquanto o componente de expectativa subiu 0,1 ponto. Desde maio, o índice vinha diminuindo, passando de 112,9 pontos para o nível atual. Quanto menor o indicador, menor a incerteza na economia, sendo que o menor registrado foi em dezembro de 2000 (83,6 pontos) e o mais alto em abril de 2020 (210,5 pontos).
O resultado de setembro, o segundo menor desde abril de 2024, foi classificado como “região de incerteza moderada” pela economista da FGV, Anna Carolina Gouveia. Ela apontou que a queda inicial do indicador no mês pode ter sido impulsionada pelos resultados positivos da atividade econômica, mas que posteriormente houve um aumento devido às discussões sobre política monetária futura e ao agravamento do conflito no Oriente Médio.
No cenário nacional, o aumento da taxa Selic para 10,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em 18 de setembro foi um dos pontos de destaque. Além disso, os conflitos no Oriente Médio, como as ofensivas israelenses no Líbano contra o grupo político muçulmano Hezbollah, também contribuíram para a intensificação da incerteza econômica.
Vale ressaltar que a coleta de informações pela FGV é realizada do dia 26 do mês anterior ao de referência até o dia 25 do mês de referência. Dessa forma, eventos recentes, como o assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, no dia 28, ainda não influenciaram o índice da FGV.