A tecnologia promete facilitar a detecção e prevenção de problemas cardíacos, conforme destacam especialistas da área. Para Audes Feitosa, presidente do departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a combinação do ECG com a medição da pressão arterial pode proporcionar uma maior assertividade na detecção de irregularidades cardiovasculares, como a fibrilação atrial. Essa arritmia cardíaca comum pode levar a complicações graves, como acidente vascular cerebral (AVC).
Em um estudo realizado pela SBC, o equipamento foi testado na identificação da fibrilação atrial. Os resultados evidenciaram a eficácia do dispositivo, especialmente na detecção do problema em pacientes assintomáticos, que não apresentavam sintomas típicos da condição. Dos 408 indivíduos avaliados, 13 foram diagnosticados com fibrilação atrial, e outros 120 foram considerados de alto risco.
Segundo Tan Chen Wu, cardiologista da Divisão de Arritmias do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, a utilização desse tipo de dispositivo pode contribuir para o aumento do número de pacientes em tratamento e prevenir desfechos negativos, como o AVC. Essa condição, que resulta na morte de 307 pessoas por dia no Brasil, segundo dados do Portal da Transparência do Registro Civil em 2022, está associada a diversas comorbidades que impactam significativamente na qualidade de vida dos pacientes.
Diante desse contexto, a disponibilidade de um dispositivo que oferece maior precisão no diagnóstico e na prevenção de problemas cardíacos é vista como um avanço importante no cuidado com a saúde cardiovascular. A tecnologia se mostra como aliada na promoção de um diagnóstico precoce e na minimização dos riscos associados às doenças do coração, ressaltando a importância do uso consciente e orientado por profissionais da saúde.