Durante sete dias, a equipe de reportagem da Folha percorreu aproximadamente 1.100 quilômetros de carro, visitando dez municípios nas regiões de Campinas, São Carlos, Ribeirão Preto e Franca, regiões que foram os epicentros dos incêndios. Foram ouvidos relatos de produtores, autoridades, brigadistas, voluntários e moradores locais que testemunharam de perto a destruição causada pelo fogo.
Um dos relatos mais marcantes foi o do produtor de cana Eduardo Sampaio, de Mococa, que mostrou as consequências diretas dos incêndios em sua propriedade de 2.500 hectares. Além do prejuízo financeiro, Sampaio lamentou a perda irreparável de 500 hectares de mata nativa em sua fazenda.
A associação Canaoeste, que representa produtores de cana em diversos municípios paulistas, recorreu a dados de satélite para mostrar a verdade por trás das queimadas. Segundo o gestor executivo da entidade, Almir Torcato, as condições climáticas extremas, como ventos fortes, baixa umidade e altas temperaturas, foram os principais fatores que contribuíram para a propagação dos incêndios.
Pedro Caballero, diretor da Defesa Civil de São Carlos, destacou a preocupação com a ocorrência de muitas queimadas propositais, indicando possíveis atos criminosos por trás de alguns focos de incêndio. Ele ressaltou a importância de investimentos na prevenção de incêndios, principalmente diante do cenário de mudanças climáticas.
Diante de um quadro devastador, é fundamental que a sociedade, os gestores públicos e as organizações privadas se unam para evitar novas tragédias e preservar o meio ambiente. A reconstrução após os incêndios é um desafio que exige ações imediatas e eficazes para garantir a segurança e o bem-estar das comunidades afetadas.