É preciso esclarecer que o agronegócio paulista, especialmente o setor da cana-de-açúcar, apresenta particularidades que não podem ser generalizadas para todo o agronegócio nacional. As regiões da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal, por exemplo, enfrentam problemas diferentes, como grilagem de terras e expansão da pecuária, que contribuem para as queimadas.
Apesar de enfrentar a estiagem mais severa dos últimos 75 anos, não podemos dizer que estamos vivendo a pior temporada de incêndios. Dados de satélites mostram que houve anos piores, como 2003, 2004, 2005, 2007 e 2010. No entanto, a quantidade de focos de calor em 2024 ainda pode aumentar, já que ainda faltam três meses para o final do ano.
O governo federal tem se mobilizado no combate aos incêndios, conseguindo controlar ou extinguir 80% deles. No entanto, as mudanças climáticas têm contribuído para o agravamento da situação, tornando as florestas mais suscetíveis ao fogo. A degradação ambiental e a ação de grileiros também têm colaborado para a atual crise.
É importante ressaltar que a maioria esmagadora dos incêndios tem origem humana, e não natural, como os causados por raios. O agronegócio sempre foi apontado como um potencial responsável, mas é fundamental destacar que há uma complexidade maior por trás das queimadas, incluindo o crime organizado e ações ilegais de desmatamento.
Em meio a essa crise ambiental, é fundamental que se faça uma análise criteriosa e justa dos fatos, evitando generalizações e polarizações. A preservação do meio ambiente e a proteção das florestas são pilares essenciais para a sustentabilidade do agronegócio no Brasil. A responsabilidade é de todos, e é necessário agir de forma colaborativa para enfrentar esse desafio que afeta não apenas o setor agropecuário, mas toda a sociedade brasileira.