Integrantes de cinco ministérios, incluindo o Palácio do Planalto, observam uma disputa entre a Casa Civil, liderada por Rui Costa, e o Ministério do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva. A Casa Civil apontou falhas na proposta apresentada pelo Meio Ambiente, indicando que será necessário um trabalho técnico prolongado para viabilizar a iniciativa, já que não há um modelo semelhante em outros países.
Por outro lado, aliados da Marina acreditam que a Casa Civil está utilizando essas fragilidades como estratégia para atrasar ou até mesmo impedir a criação da autoridade climática. Eles argumentam que a pauta não é uma prioridade para a Casa Civil, que teria outras demandas mais urgentes para atender.
A reunião entre Rui Costa e Marina Silva com o governador do Amazonas, Wilson Lima, para discutir a criação da autoridade climática mostra que há um interesse em dar continuidade ao projeto. No entanto, a falta de consenso entre os ministros pode prolongar o processo.
Outro ponto de atrito é a disputa sobre em qual órgão do governo a autoridade climática ficará abrigada. Enquanto o Meio Ambiente defende que ela esteja sob sua responsabilidade, a Casa Civil argumenta que deveria ser vinculada à Presidência para uma atuação mais transversal.
Essa disputa pode ser agravada pelo contexto da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que ocorrerá no próximo ano em Belém. Além disso, as críticas da base aliada a Marina, especialmente em relação ao enfrentamento das queimadas, podem contribuir para enfraquecer o pleito da ministra de indicar a secretária de Mudança do Clima, Ana Toni, para presidir a cúpula.
Com tantos desafios e divergências no caminho, a criação da autoridade climática no Brasil parece enfrentar obstáculos significativos que podem atrasar sua efetivação e impactar as políticas ambientais do país. A pressão para chegar a um consenso e avançar com o projeto se torna cada vez mais urgente diante da urgência das questões climáticas no mundo.