Este episódio provocou incêndios em uma área duas vezes maior do que a da capital paulista, conforme levantamento da Canaoeste, associação dos plantadores de cana do oeste paulista. Vale ressaltar que a marca do fogo não fez distinção entre diferentes culturas agrícolas, porém, os locais mais afetados foram aqueles cuja principal produção é a de cana-de-açúcar.
Municípios como Pitangueiras, Sertãozinho e Altinópolis foram duramente atingidos pelos focos de incêndio, registrando respectivamente 354, 296 e 252 ocorrências. O estado de São Paulo, por sua vez, apresentou um aumento considerável de 227% no número de focos de incêndio em agosto, em comparação com a média histórica do mês.
O gestor executivo da Canaoeste, Almir Aparecido Torcato, destacou que condições climáticas extremas, como ventos fortes de até 45 km/h, umidade do ar muito baixa, de apenas 8%, e temperaturas elevadas, em torno de 38ºC, contribuíram significativamente para a propagação do fogo. A análise meteorológica apontou o fenômeno conhecido como ‘triplo 30’, caracterizado pela combinação de vento acima de 30 km/h, umidade inferior a 30% e temperatura superior a 38ºC, como um dos principais fatores desencadeadores dos incêndios.
Apesar desses eventos climáticos extremos, Almir Torcato ressaltou que alguns incêndios podem ter sido causados por ações humanas, como queimar lixo ou mato em propriedades rurais, rituais religiosos e até mesmo provocados por criminosos. O setor da cana-de-açúcar, que desde 2014 não utiliza mais o fogo para queimar a palhada, encontra-se em alerta diante dos impactos negativos dessas tragédias. É fundamental encontrar respostas das autoridades e responsabilizar os culpados, ao passo que se prepara para enfrentar condições climáticas adversas, possivelmente mais frequentes no futuro.