Essa informação veio à tona através de um pedido feito pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), que pretende acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) para que medidas judiciais sejam tomadas a fim de retirar do ar as páginas de apostas na internet, até que haja uma regulamentação por parte do governo federal.
O Banco Central apontou que, dos aproximadamente 20 milhões de beneficiários do Bolsa Família, cerca de 5 milhões fizeram apostas via Pix, com um gasto médio de R$ 100 cada. Além disso, 70% desses apostadores são chefes de família, contribuindo com a maior parte dos R$ 3 bilhões gastos em apostas, sendo R$ 2 bilhões apenas no mês de agosto.
O relatório também revelou que esse valor gasto pelos beneficiários do programa pode ser ainda maior, já que os dados consideram apenas as apostas feitas via Pix, sem contar outros meios de pagamento como cartões de débito, crédito e transferências eletrônicas diretas.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, manifestou preocupação com o aumento das apostas, principalmente entre as pessoas de baixa renda, como beneficiários do Bolsa Família, e o possível impacto na inadimplência. Ele ressaltou que as transferências via Pix para apostas triplicaram desde janeiro, evidenciando um cenário de crescimento preocupante.
Diante desse cenário, o Ministério da Fazenda anunciou a suspensão das casas de apostas que não solicitarem autorização para operar no país até o final de setembro, visando combater a pandemia de apostas on-line e dependência psicológica dos jogos. A regulamentação dessas práticas visa garantir que as apostas sejam tratadas como entretenimento e combater qualquer forma de dependência, protegendo os indivíduos e a integridade do sistema financeiro.