Os moradores afirmam que as “barricadas de concreto” vão prejudicar o abastecimento do comércio local, afetando bares e empresas da construção civil. Segundo a Redes da Maré, mais de 3.000 empreendimentos ativos na região podem ser impactados pela ação. Além disso, uma empresa local informou que 14 funcionários não conseguiram trabalhar devido aos bloqueios nas ruas.
Os blocos de concreto foram instalados nas ruas Sargento Silva Nunes, Bitencourt Sampaio, Teixeira Ribeiro e Vinte e Nove de Julho, nas favelas Nova Holanda e Parque Maré, que dão acesso à avenida Brasil, uma das principais vias do Rio de Janeiro com intenso tráfego de caminhões. Moradores argumentam que essas estruturas podem também prejudicar a passagem de veículos de serviço, como ambulâncias.
Por sua vez, a Polícia Militar defendeu a ação afirmando que os blocos de concreto foram instalados para garantir a passagem de ambulâncias e veículos de serviços públicos, como luz e internet. A corporação ressaltou que caminhões de eixos simples e de até dois eixos traseiros conseguirão passar normalmente. A operação policial também resultou na apreensão de drogas e materiais utilizados para práticas ilícitas no Parque União, outra região da Maré.
Apesar das críticas e polêmicas geradas pela instalação dos blocos de concreto, os dados do Instituto de Segurança Pública mostram uma queda nos registros de roubo de carga na região. Isso demonstra que a intensificação das ações policiais pode estar impactando positivamente na segurança do local. No entanto, a situação gerou controvérsias e demonstra a complexidade das ações de segurança em comunidades como a Maré. A busca por um equilíbrio entre a segurança pública e o respeito aos direitos e necessidades da população local continua sendo um desafio para as autoridades.