Nessas interações, somos confrontados com a diversidade de sentimentos que podem surgir, desde uma confissão inesperada até uma troca de olhares significativa. São essas conexões genuínas que nos lembram da importância da presença física e da energia que se cria quando estamos cara a cara com outra pessoa.
A busca incessante pelo “grande amor” muitas vezes nos impede de reconhecer a riqueza das nuances afetivas que experienciamos em diferentes tipos de relações. A pressão para encaixar tudo em um modelo tradicional de casal pode ser sufocante, e nos impede de explorar as múltiplas formas de conexão que podemos vivenciar.
É comum tentarmos controlar e categorizar nossos afetos, classificando as pessoas em “meu isso” e “meu aquilo”. No entanto, essa hierarquização das relações pode gerar ansiedade e sofrimento, levando muitos ao adoecimento emocional. O amor, como a poesia, é algo indescritível e multifacetado, que vai muito além do que o romantismo nos ensinou.
Freud, pioneiro da psicanálise, nos lembra que a sexualidade e os afetos estão presentes desde o nascimento, e que as regras e etiquetas sociais não conseguem conter a complexidade das relações interpessoais. Navegar por essas diferentes formas de amar requer honestidade e responsabilidade consigo mesmo, aceitando e lidando com os efeitos que os encontros podem ter sobre nós.
Em um mundo marcado pela diversidade e pelas relações interativas, é essencial reconhecer a pluralidade do amor e da afetividade. Como disse Milton Nascimento, “qualquer maneira de amar vale a pena”, desde que seja baseada no respeito mútuo e no consentimento. O amor é efêmero, mas é ele que dá sentido à vida e nos faz seguir em frente, apostando nas diferentes formas de conexão que nos aproximam dos outros e de nós mesmos.