No despacho assinado na terça-feira (17/9), Fachin deu um prazo de cinco dias para que a 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba informe detalhes sobre o acordo de delação de Youssef. O ministro quer saber para quem os valores referentes aos bens entregues foram repassados, assim como o andamento dos processos e quais diligências ainda estão pendentes.
Os bens incluem propriedades, veículos e ações de empresas, todos adquiridos por Youssef como fruto de atividades ilícitas no esquema de corrupção na Petrobras. Fachin ressaltou a necessidade de esclarecimentos mais precisos sobre a destinação dos valores reparatórios derivados da colaboração premiada do delator.
Além disso, a discussão sobre a delação de Youssef ganhou novo fôlego com a investigação do Conselho Nacional de Justiça sobre um grampo telefônico instalado na cela do doleiro em 2014, durante o início da Operação Lava Jato. A análise dessas escutas pode impactar a validade da delação de Youssef e gerar implicações nos processos relacionados à Lava Jato.
O CNJ também está investigando a conduta de juízes que atuaram na Operação, identificando irregularidades na homologação e gestão dos acordos de colaboração e leniência. Para alguns magistrados, como o juiz Eduardo Appio, é fundamental aprimorar o sistema de gestão de bens e valores apreendidos durante a Lava Jato para evitar situações de gestão caótica ou fraudulenta.
Diante desses desdobramentos, a Operação Lava Jato continua a gerar polêmicas e questionamentos sobre sua condução e os impactos das delações premiadas no cenário jurídico brasileiro. A transparência e a precisão na destinação dos recursos oriundos de acordos de colaboração são fundamentais para garantir a eficácia das investigações e punições no combate à corrupção.