Por volta das 06h30 (horário de Brasília), o índice Stoxx 600 registrava uma queda de 0,64%, chegando a 518,34 pontos. A onda de otimismo que predominou nas negociações globais ontem perdeu força, apesar da confiança dos investidores de que o Fed continuará cortando os juros ao longo dos próximos meses.
No entanto, surgem indícios de que nem todos os bancos centrais do mundo estão dispostos a seguir o ritmo do banco central americano. O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, sinalizou que novos ajustes não estão garantidos nos próximos encontros e que todas as opções estão sendo consideradas. Já no Reino Unido, a dirigente do Banco da Inglaterra (BoE), Catherine Mann, defendeu uma estratégia de manter a política restritiva por mais tempo para depois fazer cortes mais agressivos.
Em relação aos indicadores econômicos, as vendas no varejo britânico tiveram alta de 1% em agosto ante julho, enquanto na Alemanha o índice de preços ao produtor (PPI) registrou uma deflação de 0,8% na comparação anual do mês passado. A agenda do dia ainda inclui o indicador de confiança do consumidor na zona do euro e comentários da presidente do BCE, Christine Lagarde.
Na Bolsa de Frankfurt, o índice caía 0,97%, um dia após alcançar um recorde histórico. Destaque para a queda de 6,98% da Mercedes-Benz Group, que cortou projeções de margens de lucros devido a dificuldades na China. Enquanto isso, em Londres, a Burberry registrava uma queda de 4,76% e influenciava o FTSE 100 a cair 0,83%.
No cenário mais amplo, outras praças europeias também registravam desempenho negativo, com Paris caindo 0,87%, Lisboa 0,19% e Milão 0,69%. No mercado cambial, o euro oscilava perto da estabilidade em relação ao dólar, enquanto a libra avançava, atingindo o maior nível desde março de 2022.
A postura mais cautelosa dos bancos centrais europeus em relação ao Fed torna o cenário financeiro mais incerto, à medida que os investidores analisam os próximos passos no processo de relaxamento monetário e seus impactos nos mercados.