Estudantes da Uerj são retirados à força de ocupação após 56 dias de resistência no campus Maracanã, com confronto e detenções.

Na última sexta-feira (20), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) concluiu a desocupação do Pavilhão João Lyra Filho, após 56 dias de ocupação por estudantes. A reintegração de posse foi assinada após os estudantes descumprirem o prazo dado pela Justiça para deixar o edifício, resultando na entrada da Polícia Militar para retirá-los, em meio a confrontos.

Durante a ação, policiais utilizaram bombas de efeito moral e os estudantes revidaram com pedras, levando a detenções, inclusive do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que estava no local para apoiar os estudantes. A reitoria da Uerj lamentou a intransigência dos grupos extremistas da ocupação, ressaltando os esforços de negociação que não foram suficientes para evitar a situação.

As reivindicações dos estudantes envolvem protestos contra mudanças nas regras de concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil, especialmente em relação ao Ato Executivo de Decisão Administrativa 038/2024. As novas normas estabelecem critérios mais rígidos e excluem mais de mil estudantes que deixam de se enquadrar nos requisitos para recebimento de benefícios.

Diante do impasse, a Uerj estabeleceu regras de transição, incluindo auxílio financeiro temporário para os estudantes afetados e medidas de suporte até dezembro. No entanto, a falta de consenso levou o caso a ser judicializado, com uma audiência de conciliação realizada no último dia 17 sem acordo. Uma nova audiência está agendada para o dia 2 de outubro, visando buscar uma solução para as reivindicações dos estudantes.

O conflito entre estudantes e universidade evidencia a complexidade das questões envolvidas, trazendo à tona debates sobre direitos estudantis, assistência social e diálogo institucional. A ação da polícia e a repressão aos manifestantes geraram críticas e indignação por parte dos estudantes e apoiadores, indicando a necessidade de um diálogo mais efetivo e inclusivo para a resolução dos conflitos.

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