A psicóloga e orientadora educacional Lilian Feingold Conceição ressalta que é comum as escolas tentarem encaixar todos os alunos no mesmo molde, sem considerar as necessidades individuais de cada estudante. A falta de um planejamento focado na inclusão pode prejudicar o desenvolvimento e a aprendizagem desses alunos.
No Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de setembro, a conscientização sobre a importância da inclusão social é um dos objetivos. No entanto, mesmo com a Lei Brasileira de Inclusão, que garante os direitos das pessoas com deficiência, a realidade das escolas ainda é desafiadora. Segundo dados da Equidade.info, mais de 6 milhões de estudantes no Brasil têm algum tipo de deficiência ou transtorno de aprendizagem.
Na rede privada, o discurso de inclusão e diversidade muitas vezes não se reflete nas práticas pedagógicas das escolas. A advogada Alynne Nunes, especializada em consultoria sobre inclusão, destaca que as instituições particulares, mesmo as de classe média e média baixa, enfrentam problemas estruturais e de negligência em relação aos alunos com deficiência.
A presidente da Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB de São Paulo, Camilla Varella, relata casos de escolas inclusivas que falham em oferecer o suporte adequado para alunos com autismo, como o caso de Vicente (nome fictício), um jovem superdotado com TEA nível 1. A falta de preparo dos profissionais e a resistência em promover a inclusão são obstáculos enfrentados por esses alunos e suas famílias.
A realização de um trabalho contínuo de conscientização e formação para professores, gestores e toda a comunidade escolar é apontada como essencial para promover uma inclusão efetiva e positiva para todos. A pesquisadora Taiza Stumpp destaca a importância de um ensino centrado nas necessidades individuais de cada aluno, visando proporcionar um ambiente educacional acolhedor e inclusivo para todos os estudantes.