Ívano Nascimento teve seu primeiro contato com a música assistindo a um show de Gilberto Gil e Jimmy Cliff em Recife, no ano de 1979. A estética do jamaicano foi uma grande referência para ele, que logo pegou emprestado o primeiro violão de uma amiga da irmã e deu início a uma carreira musical que marcava seu compromisso com a verdade e a rebeldia.
Sempre defensor da produção independente, Ívano era conhecido por produzir seus próprios trabalhos, criticando a falta de produtores na cena musical recifense. Entre seus discos mais marcantes estão “A Raça de Bronze”, “Cadela Suja” e “Rebeldia, Suor, Sorriso & Lágrimas”, que foi lançado em comemoração aos seus 30 anos de carreira.
Além de sua contribuição para a música, Ívano Nascimento também deixou sua marca nos palcos como ator, participando de peças de teatro, séries e novelas, como “Xica da Silva” e “Malhação”. Seu envolvimento político no movimento negro do estado de Pernambuco refletia também em suas composições, que buscavam combater a discriminação e dar voz às questões raciais.
Nascido em 1963, Ívano sempre amou a liberdade e a natureza, passando grande parte de sua juventude em praias e acampamentos. A morte de seu filho Onylê, aos cinco anos, foi um duro golpe em sua vida, impactando sua trajetória e trazendo à tona questões pessoais que o acompanhariam até seus últimos dias.
Aos 61 anos, Ívano Nascimento faleceu em decorrência do alcoolismo, deixando um legado musical e artístico que se mantém vivo na memória daqueles que tiveram o privilégio de conhecer sua obra. Seu amor pela música, pela natureza e pela liberdade continuam inspirando gerações e deixando um vazio na cena cultural pernambucana.