Ívano Nascimento: músico e ator pernambucano, ícone do reggae, blues e maracatu, morre aos 61 anos em Recife.

No último dia 28 de agosto, o mundo da música pernambucana perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas, Ívano Ferreira do Nascimento. Conhecido por ser um dos precursores do reggae em Pernambuco, sua trajetória musical foi marcada por uma mistura de estilos que incluíam blues, maracatus e outros ritmos.

Ívano Nascimento teve seu primeiro contato com a música assistindo a um show de Gilberto Gil e Jimmy Cliff em Recife, no ano de 1979. A estética do jamaicano foi uma grande referência para ele, que logo pegou emprestado o primeiro violão de uma amiga da irmã e deu início a uma carreira musical que marcava seu compromisso com a verdade e a rebeldia.

Sempre defensor da produção independente, Ívano era conhecido por produzir seus próprios trabalhos, criticando a falta de produtores na cena musical recifense. Entre seus discos mais marcantes estão “A Raça de Bronze”, “Cadela Suja” e “Rebeldia, Suor, Sorriso & Lágrimas”, que foi lançado em comemoração aos seus 30 anos de carreira.

Além de sua contribuição para a música, Ívano Nascimento também deixou sua marca nos palcos como ator, participando de peças de teatro, séries e novelas, como “Xica da Silva” e “Malhação”. Seu envolvimento político no movimento negro do estado de Pernambuco refletia também em suas composições, que buscavam combater a discriminação e dar voz às questões raciais.

Nascido em 1963, Ívano sempre amou a liberdade e a natureza, passando grande parte de sua juventude em praias e acampamentos. A morte de seu filho Onylê, aos cinco anos, foi um duro golpe em sua vida, impactando sua trajetória e trazendo à tona questões pessoais que o acompanhariam até seus últimos dias.

Aos 61 anos, Ívano Nascimento faleceu em decorrência do alcoolismo, deixando um legado musical e artístico que se mantém vivo na memória daqueles que tiveram o privilégio de conhecer sua obra. Seu amor pela música, pela natureza e pela liberdade continuam inspirando gerações e deixando um vazio na cena cultural pernambucana.

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