Paris prioriza bicicleta no trânsito em busca de cidade sustentável: 11,2% de parisienses optam por pedalar, superando os 4,3% que usam carro.

Na cidade de Paris, a bicicleta está ganhando cada vez mais destaque no cenário urbano, tornando-se prioridade no trânsito. Com a crescente preocupação com a emergência climática, a capital francesa reconheceu a importância do uso da bicicleta em detrimento do carro, levando a um aumento significativo no número de parisienses que utilizam a bicicleta como meio de deslocamento.

Atualmente, cerca de 11,2% dos habitantes de Paris optam pela bicicleta, em contraste com os 4,3% que ainda fazem uso do carro. Essa mudança foi possibilitada pela construção de 61 mil vagas para bicicletas ao longo de 1.100 km de ciclovia, combinada com a expansão da frota de ônibus elétricos. Como resultado, houve uma redução de 60% nas emissões de gases de efeito estufa no transporte urbano da cidade.

Com planos ambiciosos, a prefeitura de Paris promete uma cidade 100% ciclável até 2026, com a entrega de mais 50 mil novas vagas seguras e a construção de outras 50 mil pelo setor privado com subsídio do Estado. O objetivo final é atingir zero emissões de gases do efeito estufa nos deslocamentos urbanos.

Enquanto isso, no Brasil, a realidade é um tanto diferente. O trânsito de automóveis continua a crescer anualmente, contribuindo para o aumento das emissões de gases do efeito estufa. Em São Paulo, por exemplo, o setor de transporte é responsável por cerca de 60% das emissões na cidade, segundo o último inventário.

A cultura dos estacionamentos de bicicletas no Brasil ainda deixa a desejar. O fotógrafo Emiliano Capozoli Biancarelli, morador do bairro Consolação, enfrentou dificuldades ao tentar estacionar sua bicicleta no hospital onde realizou uma cirurgia no coração. Mesmo sendo aconselhado a pedalar como parte de sua recuperação, ele se viu obrigado a amarrar a bicicleta em um poste, já que o hospital não oferece vagas dedicadas aos ciclistas.

No entanto, há iniciativas positivas no país, como a luta da cicloentregadora Aline Os, que conseguiu convencer o Sesc 24 de Maio a instalar um bicicletário com 32 vagas, proporcionando mais segurança e incentivando o uso da bicicleta entre o público.

Em São Paulo, os terminais municipais e as estações do metrô e trem oferecem um número considerável de vagas para bicicletas, mas ainda há desafios a serem superados, como a falta de estruturas seguras em algumas regiões da cidade. O ativista Paulo Alves destaca essa questão como um problema que precisa ser endereçado pelas autoridades competentes.

Apesar dos avanços e desafios, a valorização e incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte urbano são fundamentais para contribuir com a redução das emissões de gases de efeito estufa e promover cidades mais sustentáveis e saudáveis para todos.

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