Incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro completa seis anos: desafios e esperanças para a reabertura em 2026.

O renomado paleontólogo Alexander Kellner viveu um susto inesperado ao desembarcar no Aeroporto Santos Dumont e deparar-se com seu filho mais velho. O semblante preocupado do rapaz indicava um problema urgente: um incêndio havia devastado o Museu Nacional naquela fatídica noite de 2 de setembro de 2018. Os bombeiros lutaram bravamente para conter as chamas, mas a destruição era irreparável. Kellner, em sua gestão, fez tudo o que estava ao seu alcance para preservar o museu, mas a falta de recursos foi determinante nesse trágico desfecho.

Com previsão de reabertura parcial em 2026, o Museu Nacional necessita de investimentos na ordem de R$ 95 milhões, especialmente para restaurar as 50 mil peças resgatadas, algumas das quais, como o icônico meteorito Bendegó, sobreviveram ao fogo, enquanto outras, como o fóssil humano Luzia, demandam cuidados extras. A personalidade de Luzia, símbolo de resistência por suportar 11 mil anos e um incêndio, emociona o paleontólogo, que planeja inaugurar simbolicamente o museu ainda este ano.

Enquanto o Museu Nacional enfrenta sua batalha pela reconstrução, no Rio de Janeiro, dois imóveis históricos também clamam por socorro. O número 13 da Travessa do Comércio e o casarão na Rua Cosme Velho, 343, estão em ruínas, apesar de serem tombados como patrimônio histórico. O município determina que os proprietários cuidem da conservação desses imóveis, sob pena de multas em caso de negligência.

O desafio de preservar o patrimônio cultural é observado em todo o país, como no caso do casarão de Cândido Portinari, que aguarda seu restauro definitivo há uma década. João Cândido Portinari, filho do pintor, luta incansavelmente para manter viva a memória do Projeto Portinari e lamenta a falta de apoio tanto do poder público quanto da iniciativa privada. A preservação do patrimônio histórico, como defende o sociólogo Leandro Grass, não é um obstáculo ao desenvolvimento, mas uma oportunidade de gerar receita e atrair turistas.

Assim, a memória revisitada nos bens tombados pelo Iphan, como a Casa de Cultura Mário Quintana em Porto Alegre e a Casa do Rio Vermelho em Salvador, são exemplos de como o patrimônio cultural pode ser valorizado e preservado, contribuindo para a riqueza da história brasileira. Contudo, a luta pela conservação desses locais permanece, requerendo o engajamento de toda a sociedade para garantir que esses tesouros sejam legados para as próximas gerações.

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