De acordo com especialistas, a seca atinge praticamente todo o território brasileiro, com destaque para áreas que abrigam a floresta amazônica, como Acre, Amazonas e parte de Mato Grosso. O agravamento da situação é esperado nos próximos meses no semiárido do Nordeste. A relação entre o aquecimento dos oceanos, o desmatamento e a estiagem prolongada ainda não é totalmente compreendida pela comunidade científica.
A pesquisadora Luz Adriana Cuartas, do Cemaden, ressalta a dificuldade em encontrar explicações científicas para o cenário atual, no qual algumas regiões sofrem com a escassez de chuvas há mais de um ano. O prognóstico não é otimista, prevendo calor acima da média e poucas chuvas nos próximos meses em todo o país.
Os impactos são sentidos em diversos setores, sendo a agricultura o mais impactado atualmente. A escassez de água levou algumas cidades a implementarem rodízio no abastecimento. Além disso, a conta de energia elétrica tende a aumentar devido à falta de chuvas, o que diminui a capacidade das usinas hidrelétricas.
Na área da saúde, o quadro atual é alarmante, com o aumento de doenças respiratórias e outros problemas devido à seca, queimadas e altas temperaturas. A população mais vulnerável, como portadores de doenças crônicas, está mais suscetível a esses impactos.
Na produção de alimentos, a agricultura familiar é uma das mais afetadas, especialmente nas regiões do interior amazônico e no semiárido. A falta de chuvas compromete a produção de feijão e milho, cultivos essenciais para a subsistência dessas comunidades.
Em meio a esse cenário desafiador, especialistas alertam para a importância de refletirmos sobre o impacto das ações humanas no planeta. A degradação ambiental, o desmatamento e as queimadas têm consequências diretas na natureza e na vida das pessoas, destacando a necessidade de uma mudança de comportamento e de políticas ambientais mais sustentáveis.