Mercado de juros aproveita melhora do humor global e taxas fecham em baixa, impulsionadas por apostas de corte de 50 pontos-base pelo Fed.

O mercado de juros teve um dia favorável, impulsionado pela melhora do cenário global, com as taxas registrando queda ao longo de toda a sessão. A expectativa de que o Federal Reserve adote uma política monetária mais flexível, com uma redução de 50 pontos-base, aumentou o interesse por ativos de risco prefixado e por moedas emergentes, com o real se destacando nesse contexto. A perspectiva mais positiva no exterior fez com que as preocupações fiscais, que haviam pressionado as taxas no dia anterior, ficassem em segundo plano nesta sexta-feira, assim como a queda do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de julho, que foi menos intensa do que o esperado.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou com taxa de 10,935%, enquanto o DI para janeiro de 2026 encerrou em 11,78% e o DI para janeiro de 2027 em 11,78%. Já o DI para janeiro de 2029 terminou o dia em 11,88%. Após um dia de alta na véspera, as taxas começaram o dia em correção, impulsionadas pela queda dos Treasuries e do dólar em relação ao real, que chegou a ser negociado abaixo de R$ 5,55.

A expectativa de um corte de 50 pontos-base na taxa de juros dos Estados Unidos na próxima semana ganhou força com declarações de ex-membros do Fed e análises sobre a possibilidade de uma flexibilização mais intensa. Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, a movimentação das taxas locais foi influenciada principalmente pelo cenário externo. A dúvida agora paira sobre o tamanho do corte do Fed e a postura que o Comitê de Política Monetária adotará.

Diante desse cenário, os principais bancos estão revisando suas projeções para a Selic. O Itaú Unibanco e o Santander já anunciaram mudanças em suas estimativas, com o Santander prevendo um ciclo de elevação que poderia levar a taxa básica de juros ao nível de 11,50% até janeiro. Apesar disso, indicadores como o IBC-Br de julho mostram que a economia brasileira ainda apresenta sinais de recuperação, o que contribui para a percepção de um bom desempenho do PIB no terceiro trimestre.

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