Os policiais federais cumpriram quatro mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 8ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro. Além disso, foi determinado o bloqueio judicial de bens dos investigados, no valor de R$ 1 milhão para cada alvo da ação policial.
De acordo com as investigações, os integrantes da organização criminosa ocuparam funções públicas em diversas cidades do estado. O esquema desenvolvido pelo grupo era descrito como sofisticado e lucrativo, baseado na contratação de pessoas com o objetivo de influenciar no processo eleitoral de vários municípios.
As pessoas contratadas recebiam instruções para disseminar notícias falsas sobre um candidato à prefeitura, circulando diariamente por diversos locais com aglomerações de pessoas. Recebiam R$ 2 mil por mês, enquanto os coordenadores do esquema criminoso ganhavam R$ 5 mil mensais e eram contratados pela prefeitura municipal.
Durante o período eleitoral, os coordenadores eram substituídos por possíveis funcionários fantasmas para evitar suspeitas. A campanha criminosa incluía relatórios diários das atividades, especificando a quantidade de eleitores abordados, votantes em cada candidato e eleitores convertidos para o candidato beneficiário do esquema.
A organização criminosa atuava principalmente em São João de Meriti, mas expandiu suas atividades para outras 10 cidades do estado do Rio de Janeiro. Os investigados são acusados de organização criminosa, desvio de funcionários públicos, lavagem de dinheiro, assédio eleitoral, além da disseminação de notícias falsas e desinformação.
Segundo as autoridades, a quadrilha teria influenciado pelo menos três eleições municipais. A operação realizada pela Polícia Federal revelou um esquema criminoso complexo e preocupante, destacando a importância de combater a propagação de fake news no ambiente político.