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CCJ da Câmara dos Deputados conclui discussão sobre PEC que limita decisões individuais nos tribunais superiores, votação adiada

Na tarde do dia 11 de setembro de 2024, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados encerrou a discussão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/21. A proposta em questão visa limitar as decisões monocráticas no Supremo Tribunal Federal (STF) e em outros tribunais superiores, porém, a votação foi adiada para uma data posterior.

Os líderes partidários na comissão acordaram em focar os debates do dia nos pareceres do relator da PEC, o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), que se mostrou favorável ao texto. Van Hattem destacou a importância da proposta em um momento de “degeneração” no quadro institucional do país e ressaltou a necessidade de o Parlamento exercer suas competências para resguardar as funções legislativas.

Originária do Senado, a PEC 8/21 estabelece algumas diretrizes, como a proibição de decisões individuais que suspendam a eficácia de leis ou atos dos presidentes dos poderes Executivo e Legislativo. Além disso, permite decisões individuais em casos de grave urgência durante o recesso do Judiciário, com prazo de 30 dias para julgamento colegiado. A proposta também determina um prazo de seis meses para o julgamento de ações de inconstitucionalidade de leis.

Durante os debates na comissão, os deputados se dividiram entre os que são a favor e contra a PEC. O deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA) argumentou que não era razoável permitir que um único ministro do STF pudesse suspender uma lei aprovada por todo o trâmite legislativo. Já a deputada Bia Kicis (PL-DF) defendeu a proposta como uma garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos.

Por outro lado, o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) se mostrou contrário à PEC, afirmando que o Supremo já havia se antecipado à discussão do Congresso ao estabelecer mudanças em seu regimento interno. O deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE) questionou a necessidade da proposta, destacando que a maioria das decisões monocráticas dos ministros são mantidas.

Diante das diferentes visões apresentadas na comissão, a discussão sobre a PEC 8/21 continuará em pauta, aguardando a votação em uma data futura.

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