O Itamaraty confirmou ter recebido a notificação da Venezuela, mas afirmou que só deve deixar a representação quando um substituto for designado. Enquanto isso, a situação na embaixada é preocupante, com relatos de cerco por homens armados e encapuzados do serviço de inteligência venezuelano, além de cortes no fornecimento de energia.
A proteção da embaixada de Buenos Aires em Caracas foi assumida pelo Brasil há um mês, após a expulsão dos embaixadores argentinos pela Venezuela. A relação entre os países se deteriorou após críticas à reeleição de Nicolás Maduro, considerada uma fraude por vários países da região.
A questão se torna ainda mais delicada devido aos opositores abrigados na embaixada, que temem pela sua segurança. O Brasil se comprometeu a garantir a proteção dos asilados, além da integridade física do prédio e dos documentos internos.
A postura do presidente Lula em relação à Venezuela tem oscilado entre tentativas de reabilitar Maduro e críticas à falta de transparência nas eleições do país. Embora não reconheça o resultado da eleição, o presidente brasileiro descartou romper relações e se posicionou contra a imposição de bloqueios unilaterais.
A escalada autoritária na Venezuela tem gerado atrito com outros países da região, como a Argentina e o Chile, que adotaram uma postura mais firme contra o regime de Maduro. A situação na embaixada da Argentina em Caracas reflete o embate político entre os governos e a preocupação com a segurança dos opositores à ditadura.