A atual estiagem excepcional tem proporcionado o cenário perfeito para que proprietários irresponsáveis aproveitem para queimar suas áreas ou monturos de detritos, provocando incêndios que se alastram rapidamente, destruindo matas e tornando o ar irrespirável. Crianças e idosos são os mais afetados, sofrendo com doenças respiratórias que retornam constantemente, mas a irritação é sentida por toda a população.
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) realizou um levantamento e constatou que 81,3% dos focos de incêndio registrados entre os dias 22 e 24 de agosto tiveram origem em áreas de agropecuária. O Dia do Fogo em São Paulo revelou a realidade alarmante por trás desses números, demonstrando que a culpa recai, em grande parte, sobre o agronegócio.
Não se pode ignorar a irresponsabilidade de alguns pecuaristas que utilizam o fogo para queimar pastagens, sem se importar com as consequências desastrosas em meio a um clima seco e ventos fortes. Além disso, as queimadas muitas vezes estão relacionadas a atividades criminosas, como o desmatamento ilegal.
Diante desse cenário preocupante, medidas de prevenção se tornam indispensáveis. A aplicação de penalidades financeiras aos responsáveis pelos incêndios, sejam criminosos ou não, pode ser um caminho eficaz para coibir essas práticas. Iniciativas como o MapBiomas, que automatiza alertas de desmatamento, mostram que é possível controlar e monitorar atividades prejudiciais ao meio ambiente.
A seca atual, considerada a pior desde 1950, aliada aos impactos negativos do agronegócio na economia, coloca em evidência a urgência de ações concretas para lidar com essa situação. O setor rural precisa compreender a gravidade das mudanças climáticas e buscar alternativas sustentáveis para evitar prejuízos tanto ambientais quanto econômicos.