O X, que formalmente permitia a pornografia desde junho deste ano, era essencial para criadores de OnlyFans e Privacy, sites de venda de conteúdo adulto. Apesar de alternativas como BlueSky e Threads estarem disponíveis, elas não conseguem suprir as necessidades dos usuários da antiga plataforma bloqueada. O Threads, por exemplo, não permite nudez, o que limita a liberdade de expressão dos criadores.
Martina experimentou migrar para o BlueSky, mas encontrou limitações nas funcionalidades da plataforma, descrevendo-a como lenta e com um público ainda não consolidado na rede. A BlueSky, por sua vez, divulgou que 85% dos 2,6 milhões de usuários recentes são brasileiros, demonstrando a adesão massiva dos criadores do país à plataforma.
Dentre esses criadores, Olímpio Segalla, que sustenta sua família por meio do OnlyFans, relata a importância do trabalho na sua vida diante de períodos de dificuldade financeira e insegurança alimentar. Assim como ele, Gabriel Coimbra e Frantiesca Nitek compartilham histórias de superação e dependência econômica da venda de conteúdos adultos.
Com o bloqueio do X, esses criadores temem a instabilidade de suas rendas e a perda de visibilidade internacional. A comunidade de criadores de conteúdo adulto enfrenta a necessidade de reinvenção e adaptação a novas plataformas, como o BlueSky, enquanto buscam manter o contato com seu público e garantir sua subsistência no mercado. A incerteza paira sobre o futuro desses profissionais, que buscam alternativas para continuarem exercendo seu trabalho e mantendo-se financeiramente estáveis.